uns usam Deus, outros preferem Cocaína,
mas todos guardam seus talentos nos seus quartos
e assim restritos às dimensões de um quadrado
vão todos livres e vivendo suas vidas.
em cada quarto dorme – sonsa – uma menina
em meio a muitos, cautelosos bens cuidados.
– é que anda o mundo cheio de maus celerados
com atos vis que o bolso e a razão abominam.
em cada quarto não se é mais que uma boneca
com seus cabelos e seu rosto repintados
com que refaz a mesma, íntima re-estréia.
e sonham todos a improvável boa véspera
do dia quando será, enfim, nomeado
o belo príncipe desta imensa geléia.
.bcg.