foi depois que enterramos o último, eu acho,
inauguramos nova regra, mais polida e perplexa,
este sonho eleático em que mover-se nada
é senão solar a permanência sob pés angustiados.
foi depois, sim, depois que coalhamos com mortos sem nome
a terra ressentida, saltamos do absurdo para espirais
de silêncio e cidades de horizontes infinitos e
e das quais nenhum de nós pode mais sair.[simulados, sempre abertas
da peste com seus ratos, de mãos sujas de outro mundo,
criamos um novo, de intocável higiene, tão puro
que fizemos invisível o vermelho e com ele o sangue.
a peste se foi. o último homem se foi. pode brincar,
meu filho, teus piques sem pega em teu celeiro de unicórnios
e fantasias alienígenas e super-homens domesticados,
que esta estranha nova sina não nos legou mais nada:
nem forma nem metro - nem rima.
.bcg.